quarta-feira, 29 de abril de 2009

Cumo naciu la Cumbençon Ourtográfica de la Lhéngua Mirandesa



Manuela Barros Ferreira dou ua anterbista a la FUOLHA MIRANDESA, que acaba de ser publicada. Ende, a cierta altura, fala de cumo i quando naciu l'eideia de fazer ua Cumbençon Ourtográfica de la Lhéngua Mirandesa. Pula sue amportança i porque este blogue quier tratar de la Cumbençon, deixa-se eiqui la parte an que eilha fala dessa ourige, que hoije yá ye stória i que l mais de las pessonas nun conhece. Pa la sumana que ben salirá ua segunda parte de la anterbista, mas essa parte solo la publicaremos apuis de salir na FUOLHA.



FM - (FUOLHA MIRANDESA) - Que fatos e / ou eideias bos lhebórun a dar un salto an frente?
MBF (Manuela Barros Ferreira) - Houve as Primeiras Jornadas de Língua e Cultura Mirandesas promovidas pelo Domingos Raposo em 1987. Aí, eu e a professora Ana Maria Martins fizemos a nossa primeira abordagem linguística do mirandês. O impacto dessas jornadas não foi muito grande, mas juntou pessoas a reflectir.
O principal foi o Encontro organizado pela Associação Portuguesa de Linguística em Miranda do Douro em 1993. Neste Encontro o Domingos queixou-se de que não havia instrumentos de apoio para ensinar a escrever em mirandês, pois só dispunha do José Leite de Vasconcelos, que praticava uma escrita fonética, cheia de sinalefas difíceis de imprimir. Era importante que houvesse regras de escrita simples, que pudessem ser ensinadas em todas as escolas da região. Assim, nas Conclusões recomendou-se que se elaborassem normas ortográficas. Essa é uma das conclusões do encontro e foi o ponto de partida para a elaboração da Convenção, pois para mim isso representou uma espécie de compromisso. Este encontro realizou-se nod dias 10 e 11 de setembro de 1993, tendo as actas sido publicadas no ano seguinte.

FM - An cuncreto, cumo apareciu l'eideia de fazer la Cumbençon?
MBF - Em 1994 o padre Mourinho era assessor cultural do Dr. Júlio Meirinhos, então Oresidente da Câmara de Miranda. Ora o Dr. Júlio tinha apoiado o Encontro e recebeu os participantes falando em mirandês. Em Outubro, se não me engano, telefonei ao padre Mourinho e pedi-lhe que quando fosse à Biblioteca do centro de Linguística (que frequentava) fosse ter comigo, pois precisava de falar com ele. Quando ele chegou, falei-lhe na ideia de reunir um grupo para elaborar uma Proposta de Convenção e perguntei-lhe se ele aceitava participar. Como aderiu de imediato, pedi-lhe que na sua função de assessor do Presidente da Câmara procurasse obter o apoio logístico necessário a esse projecto, para se poder pagar a deslocação de algumas pessoas. Ele alinhou inteiramente. Foi só depois de ter sido conseguido esse apoio que falei com os Professores Ivo de castro e Rita Marquilhas, da UNiversidade de Lisboa, e Cristina Martins, da UNiversidade de Coimbra. Pedi ao Domingos Raposo que se encarregasse de contactar mirandeses de diversas aldeias, professores ou pessoas da área cultural, para participarem no projecto. Todas as participações seriam gratuitas. As únicas coisas pagas (pela Câmara) seriam as viagens e as refeições necessárias durante as reuniões do grupo.

FM - Porque falestes cun essas pessonas i nó cun outras?
MBF - Falei com Ivo de Castro porque é um histpriador da língua, que sabe muito. À Rita Marquilhas porque estava a especializar-se em questões de ortografia portuguesa. À Cristina Martins porque era a única que estava a fazer um mestrado sobre o mirandês e tinha apresentado no Encontro de Miranda uma comunicação muitíssimo interessante.

FM - Que amportança tubo l pertencerdes al CLUL - Centro de Lhenguística de la Ounibersidade de Lisboua?
MBF - Foi decisiva, pois se não fossem os inquéritos linguísticos do Atlas de Portugal e da Galiza, nunca teria contactado com a língua de forma tão sistemática e profunda.

(parte de anterbista feita por Amadeu Ferreira i salida na FUOLHA MIRANDESA de 28 de Abril de 2009)




Sem comentários:

Enviar um comentário